O secretário municipal da Coordenação das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, se reuniu no fim da tarde desta quarta-feira (26) com os vereadores José Américo (PT) e Adilson Amadeu (PTB) para discutir a situação dos vendedores ambulantes da região do guia Brás, centro de Sp. De acordo com José Américo, Camargo não aceitou a proposta de manter os trabalhadores nas ruas até o fim do ano e disse que vai continuar com a Polícia Militar na região. Em resposta, o sindicato dos camelôs afirmou que os protestos serão mantidos.
Na reunião, que aconteceu na sede da Prefeitura de São Paulo, o vereador petista diz ter proposto que os trabalhadores continuassem nas calçadas da região onde acontece a feirinha da madrugada até o fim deste ano. Durante esse período, uma alternativa seria discutida para tentar a regulamentação do trabalho desses ambulantes.
– O secretário Ronaldo Camargo foi absolutamente inflexível, disse que a prefeitura não tem a responsabilidade de achar uma alternativa para os camelôs. Ele também não soube explicar por que essa medida foi tomada só agora, depois de sete anos de gestão Serra/Kassab.
Para esta quinta-feira (27), estão previstos novos protestos e a Polícia Militar vai continuar ocupando a região. Os vereadores devem tentar agora uma aprovação da Câmara dos Vereadores para que Camargo e um coronel da PM sejam convocados a discutir a forma como a polícia reprimiu os camelôs na sede do legislativo municipal.
– A prefeitura utilizou, no primeiro dia de protestos, a operação delegada e a lei não prevê esse uso no caso de repressão a massas.
Protestos
Desde a madrugada desta terça-feira (25), vendedores ambulantes vêm realizando protestos na região do Brás contra a operação da Polícia Militar de combate ao comércio ilegal. A secretaria das subprefeituras divulgou nota nesta quarta-feira em que confirma que a operação é para combater cerca de 2.700 vendedores ambulantes irregulares. A nota ainda esclarece que 4.111 comerciantes estão regularizados dentro da feira.
Em nota, a prefeitura afirmou que as ações de fiscalização na feirinha da madrugada serão mantidas. Representantes dos lojistas das regiões do Brás e da 25 de Março (Alobrás e Univinco, respectivamente) participaram na tarde desta quarta-feira de uma reunião com representantes das secretarias municipais da Coordenação das Subprefeituras, Desenvolvimento Econômico e Trabalho e Microempreendedor Individual, além da Polícia Militar. Segundo a prefeitura, durante o encontro, as entidades reafirmaram o apoio à ação liderada pela Polícia Militar, em conjunto com a prefeitura, para coibir o comércio ambulante irregular e ilegal na região do entorno do Pátio do Pari.
Fechamento
Em agosto deste ano, a feirinha ficou fechada por cerca de 20 dias para operações de combate à pirataria. A ação, coordenada pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana, foi desencadeada no dia 5 de agosto. Segundo o órgão, em 3.200 das 3.972 foi constatado algum tipo de irregularidade.
Durante a fiscalização, foi verificada a presença de produtos falsos em 1.060 estabelecimentos, que foram proibidos de voltar a funcionar. Foram apreendidos também cerca de R$ 5 milhões em mercadorias. O secretário de Segurança Urbana e coordenador do gabinete de Segurança, Edson Ortega, afirmou que essas lojas também tinham estrangeiros em situação ilegal no país.
Durante o período em que o centro ficou fechado, os comerciantes fizeram diversos protestos, fechando ruas com passeatas pacíficas. Eles alegavam que não havia necessidade de fechar a feira para fazer o combate à pirataria.
Fonte: R7