No Brás, sequestradores fingiam ser policiais

Um falso distintivo da Polícia Civil no pescoço era o artifício usado por uma quadrilha de sequestradores para enganar suas vítimas, em geral comerciantes do Brás, região central da capital, e mantê-las reféns em suas próprias casas em troca de resgate.

O bando foi desarticulado pela 3ª Delegacia Antissequestros, do DHPP (Delegacias de Homicídios e Proteção à Pessoa) ontem, após meses de monitoramento dos criminosos.

Em 24 de agosto desse ano, uma empregada doméstica foi rendida por seis homens quando estava a caminho da casa onde trabalha, na Móoca, bairro vizinho ao Brás. Os patrões eram comerciantes da região, conhecida em todo o país como pólo do comércio popular.

Os bandidos se apresentaram como investigadores e alegaram que tinham de cumprir um mandado de busca e apreensão no imóvel. Com a certeza de que eram de fato policiais civis, a doméstica permitiu que a dupla entrasse na casa.





Todos os familiares foram rendidos e, após intensa pressão psicológica, o dono da loja ligou para um de seus funcionários e fez com que ele levasse  todo o dinheiro do caixa. Apenas nesse caso, os criminosos conseguiram que a família sequestrada pagasse um resgate de R$ 300 mil em joias e dinheiro.

Márcio José Vieira e o casal Patrícia Nunes Leal e Rodolfo Nascimento de Souza foram reconhecidos em pelo menos três casos semelhantes. O primeiro deles foi registrado em 2009, um indicativo de que a quadrilha age há bastante tempo.

Moradores do bairro da Brasilândia, na Zona Norte de SP, os suspeitos fugiram do bairro com medo de serem vítimas da série de execuções ocorridas na cidade nos últimos dois meses. Criminosos conhecidos no bairro, eles temiam ser alvos de grupos de extermínio ou integrantes de grupos rivais.

Márcio foi preso em Cafelândia, a 427 quilômetros da capital, na região de Bauru. Patrícia e Rodolfo estão foragidos. Segundo o delegado Alberto Matheus Júnior, responsável pela investigação, a quadrilha tem pelo menos 10 integrantes e já participou de uma série de crimes parecidos no bairro.

Fonte: Rede Bom Dia