Depois de horas de protesto, uma comissão de camelôs que trabalham no guia do bairro Brás, região central de São Paulo, se reuniu no fim da manhã desta terça-feira (25) com integrantes da Polícia Militar e da Subprefeitura da Mooca, responsável pela área, para tentar fechar um acordo. A categoria quer trabalhar nas ruas do bairro até dezembro, período em que alegam ser o melhor do ano para as vendas. Para a PM, os ambulantes não são cadastrados e não têm, portanto, autorização para montar suas barracas naquela área.
Os camelôs decidiram no início da tarde encerrar as manifestações. Eles disseram que, à meia-noite, podem voltar às ruas e iniciar novos protestos se não tiverem o pedido atendido. Eles protestam desde a noite de segunda-feira (24) contra a ação da Polícia Militar na região da Feira da Madrugada com a chamada Operação Delegada – que combate os ambulantes irregulares e a venda de produtos falsificados.
Comerciantes que têm lojas na Rua Oriente, uma das principais da região, começaram a abrir parcialmente seus comércios no fim da manhã desta terça – as lojas tinham ficado fechadas devido ao protesto dos ambulantes.
Entre os cinco integrantes da comissão de camelôs que foi até a sede da Prefeitura, no Centro, para a reunião está o presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo, Leandro Dantas.
Pela manhã, o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, agradeceu à Polícia Militar pela ação na região. “Eu posso afirmar que aqueles que trabalham com produto roubado e produtos frutos de contrabando serão, até o final do processo, enfrentados pela Prefeitura e pelo poder público e sou muito grato ao apoio da Polícia Militar. Porém, todos aqueles que trabalham legalmente terão o nosso apoio”, afirmou.
Durante toda a manhã, comerciantes que tentaram abrir suas portas foram forçados pelos manifestantes a ficar com as lojas fechadas. O grupo percorreu ruas do bairro e chegou a interditar por cerca de 30 minutos o cruzamento da Avenida do Estado com a Rua São Caetano. Os poucos comerciantes que abriram suas portas ouviram gritos de “fecha” durante a passagem da manifestação dos vendedores ambulantes. Eles chegaram a avançar em um homem que resistiu em fechar seu estabelecimento. Uma pessoa foi detida e levada para o 12º DP, no Pari.
Fonte: G1