Eram 3h em São Paulo e a Feira da Madrugada, na região do Encontra Brás (centro da capital paulista), estava “bombando” de gente. Visitantes pareciam esquecer o sono para carregar caixas e sacolas pesadas. A movimentação era assistida por uma legião de policiais militares que, na maior parte do tempo, permanecia fora do passeio entre as lojas. Mas a reportagem constatou que, apesar do exército de PMs, a venda de produtos ilegais e a sonegação fiscal dos comerciantes continuam na área.
É fato que os produtos falsificados de marcas famosas já não são mais tão visíveis, como ainda acontece ao redor do centro comercial. Mas comprar uma mercadoria com nota fiscal na feira regularizada pela Prefeitura de São Paulo ainda é praticamente impossível. Uma boa vasculhada também permite ainda achar produtos “de marca pirata” por um preço bem em conta.
No início de dezembro, na segunda-feira (5), durante uma entrevista sobre o balanço das ações de combate à pirataria na cidade, o secretário de Segurança Urbana da cidade de São Paulo, Edson Ortega, garantiu ao R7 que não havia mais produtos falsificados na feirinha. Mas três dias após a afirmação de Ortega, a reportagem encontrou à venda no local “genéricos” de óculos da Ray-Ban, de aparelhos da Sony e de jogos do Playstation.
O primeiro produto pirata foi achado pela reportagem no setor azul, box S-15. Os óculos modelo aviador da marca Ray-Ban original saem, em média, por R$ 560 em uma ótica. No local, o frequentador sai com os óculos no rosto por R$ 10. Quando ouve o pedido de nota fiscal, a vendedora arranca os óculos da mão do repórter e dá risada. Com um português enrolado, ela afirma que o recibo só pode ser dado aos clientes que compram mais de 50 peças. O R7 também achou no local carregadores de pilhas falsificados da Sony por R$ 15.
No box S-10/11, havia três tipos de controles para videogame que imitavam o original do Playstation com valores entre R$ 10 e R$ 35. “Sem garantia para controles remotos, só para rádio”, diz a vendedora também com um português enrolado.
Já em outro stand de eletrônicos (T-37), a garantia dos produtos é resolvida de maneira bem informal. Para ter a certeza de que a mercadoria foi comprada na loja, a vendedora arranca um selo de outro eletrônico e coloca no mp3 escolhido, que custa R$ 35. O aparelho é uma cópia do Ipod modelo nano sem a marca impressa no produto. Se o “nano” quebrar, pode ser trocado em até duas semanas, diz ela.
Fonte: R7