Quatro meses após a Prefeitura de São Paulo assumir a administração da feira – no final de 2010, depois de uma série de denúncias feitas pelo JR -, a reportagem da Record constatou que a coordenação do maior “camelódromo” do país continua nas mãos de uma quadrilha. Entres os chefes do esquema, estaria um empresário afastado da administração do centro comercial em 2010 pelo Ministério Público de São Paulo.
A reportagem teve acesso a um documento, com data de 1º de abril, em que o empresário ainda assina como síndico administrador e assume a responsabilidade pela transferência de comerciantes da região para dentro de um casarão histórico, construído no século 19, ao lado do local onde atualmente funciona a feira. No prédio, vários boxes já foram erguidos.
Segundo um comerciante da feirinha, são cerca de 300 novos boxes que estão sendo erguidos. Cada um deles, vendido ilegalmente aos interessados por R$ 200 mil.
Além do dinheiro da venda dos novos boxes, os 4.000 comerciantes que atualmente trabalham no Brás também pagam à quadrilha uma taxa de R$ 300 de condomínio. Em 2010, o JR revelou que o comercio da área estava sob o comando de uma milícia armada que usava até uma sala de torturas para punir quem desrespeitasse as regras impostas pelos criminosos. Entre as determinações, já aparecia o pagamento do condomínio.
Mas, segundo os camelôs, embora seja o empresário que administra o dinheiro, é a Prefeitura de São Paulo quem banca as despesas da feirinha. Exemplo disso, segundo eles, seria a conta de água do último mês de março. Os mais de R$ 17 mil foram pagos pela administração municipal.
Oficialmente, a prefeitura não cobra nenhuma tarifa dos comerciantes que trabalham no local. A prefeitura afirmou que não tinha conhecimento sobre a ação do empresário e que nenhum comerciante deve pagar qualquer tipo de aluguel.
Fonte: R7