O ex-administrador da Feira da Madrugada Geraldo de Souza Amorim acusa dois dirigentes do PR, os deputados Milton Monti e Valdemar Costa Neto, de terem pressionado para que ele pagasse propina para manter o comando do negócio, do qual foi retirado em 2010.
Ele diz ter recorrido ao vereador Agnaldo Timóteo, também do PR, para reagir às pressões. Graças a Timóteo, diz, teve reuniões com o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e com o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento.
Amorim conta que entrou com pedido em 1994 para administrar o terreno da feira, em Encontra Brás, e foi feito um termo de permissão de uso para a área da feira, a favor da GSA, empresa dele.
“Eu recolhia taxa dos camelôs cadastrados e pagava um aluguel de R$ 130 mil por mês à RFFSA [rede ferroviária federal, dona do terreno]. O custo era meu: lixo, segurança.
Amorim conta que, em 2006, começou a ser pressionado pelo vereador Adilson Amadeu (PTB) sobre irregularidades na feira e procurou Timóteo, que o levou ao prefeito Kassab. “Havia um boato de que a prefeitura ia fechar a feira”, disse. “O Kassab só ouviu, não falou nada. Eu disse para ele que não precisava colocar tijolinho, porque fecharia o portão às 18h.
Ainda de acordo com Amorim, o atual gestor da feira, Ailton de Oliveira, recebia grana de feirantes e não as repassava à GSA. “Então eu o demiti.” Depois, Ailton teria se aliado a Amadeu.
Amorim afirma que Timóteo o levou ao ministro Alfredo Nascimento para tratar da legalização da feira. O terreno teria sido vinculado ao ministério. “Foi aí que começou a aparecer Monti, o Costa Neto. Um dia o Agnaldo me diz: ‘Você está sendo pressionado e vai ter de sair'”.
Amorim diz que o questionavam sobre o faturamento da feira. “Monti disse que sabia que eu faturava R$ 8 milhões por mês. Eu disse que ele estava sabendo errado.
Resposta
A assessoria de Monti não ligou de volta para o jornal. Anteontem, questionada, informou que ele “não tem nenhuma relação com a feira e não teve contato com Geraldo”. Costa Neto não foi localizado. Procurada antes, a assessoria não se manifestou.
Oliveira disse que não conhece Costa Neto. Sobre Monti, negou cobrança de propina. O vereador Amadeu negou qualquer achaque.
Fonte: Correio do Povo