Muitos lojistas abriram as portas mesmo com o clima tenso entre ambulantes a Polícia Militar no bairro do Brás no início da manhã desta quinta-feira (27). Porém, a maioria mantinha as portas parcialmente fechadas para facilitar o fechamento em caso de novos atos de vandalismo. Por volta das 8h20, um grupo de vendedores ambulantes começou uma passeata pelas ruas da região e segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) eles bloqueavam a rua Oriente.
Durante a madrugada, a Polícia Militar teve de agir com maior rigor após vários grupos de ambulantes tentarem invadir as ruas e iniciarem outros protestos. Cerca de 45 minutos depois, já perfilados, policiais da Tropa de Choque acompanhavam os cerca de 250 manifestantes, que já haviam tomado a rua Oriente e soltavam rojões ao mesmo tempo em que caminhavam pela via. A primeira bomba de efeito moral foi disparada contra os ambulantes às 5h30.
É a terceira madrugada seguida que os ambulantes que não têm autorização para montar a tradicional Feirinha da Madrugada na região estão reunidos e acompanhados de perto pela PM.
Desde a 1h45, os grupos de camelôs foram dispersos pelos PMs na tentativa de se evitar protestos iguais aos ocorridos desta terça-feira (25). Os ambulantes regularizados, que ocupam um bolsão criado pela prefeitura, foram recepcionados, nesta madrugada, pelos “clandestinos” mais uma vez sob gritos e ameaças, o que obrigou os policiais a intervir e acabar com a aglomeração em frente ao pátio, cuja entrada principal fica na rua Monsenhor Andrade.
Os protestos dos ambulantes começaram na madrugada de segunda-feira (24) como reação ao endurecimento das operações da Polícia Militar no entorno do pátio do Pari, onde milhares de visitantes de outras cidades e Estados compram diariamente tecidos e outros produtos.
Em nota, a prefeitura afirmou que as ações de fiscalização na Feirinha da Madrugada serão mantidas. Representantes dos lojistas das regiões do Brás e da 25 de Março (Alobrás e Univinco, respectivamente) participaram na tarde desta quarta-feira de uma reunião com representantes das secretarias municipais da Coordenação das Subprefeituras, Desenvolvimento Econômico e Trabalho e Microempreendedor Individual, além da Polícia Militar. Segundo a prefeitura, durante o encontro, as entidades reafirmaram o apoio à ação liderada pela Polícia Militar, em conjunto com a prefeitura, para coibir o comércio ambulante irregular e ilegal na região do entorno do Pátio do Pari.
Fechamento
Em agosto deste ano, a feirinha ficou fechada por cerca de 20 dias para operações de combate à pirataria. A ação, coordenada pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana, foi desencadeada no dia 5 de agosto. Segundo o órgão, em 3.200 das 3.972 foi constatado algum tipo de irregularidade.
Durante a fiscalização, foi verificada a presença de produtos falsos em 1.060 estabelecimentos, que foram proibidos de voltar a funcionar. Foram apreendidos também cerca de R$ 5 milhões em mercadorias. O secretário de Segurança Urbana e coordenador do gabinete de Segurança, Edson Ortega, afirmou que essas lojas também tinham estrangeiros em situação ilegal no país.
Durante o período em que o centro ficou fechado, os comerciantes fizeram diversos protestos, fechando ruas com passeatas pacíficas. Eles alegavam que não havia necessidade de fechar a feira para fazer o combate à pirataria.
Fonte: R7